Chore, chore até soluçar, chore até perder a respiração.

Vejo que a cada dia as pessoas estão se permitindo mais.. permitindo ser feliz, apreciar as pequenas coisas.. Mas e a dor? Sim, alguém se permite sofrer?
Não, eu ainda não estou doida por completo, só acho que as vezes é necessário se entregar a dor.
Temos que ser fortes sim, mas se nunca sentirmos a dor, a cada dia que passar, o nosso sorriso vai ficando mais falso, mais frio...
Acredito que devemos sempre manter a cabeça erguida, mas tem horas que você precisa de uma boa noite de choro.. isso faz bem, muito bem!
Então..
- Vá para o seu quarto.. não sorria, não brinque, fique quieta.
- Coloque, repetidamente, aquela música que mais te faz sofrer e ao mesmo tempo te conforta.
- Escute cada refrão da música, sinta.
- Chore, chore até soluçar, chore até perder a respiração.
- Não seque as lágrimas, deixe-as cair sobre o travesseiro.
- E permaneça assim, até que o cansaço tome conta de você, e você durma.
- Provavelmente você dormirá a noite toda, mas caso acorde, não levante, não se mexa. Apenas continue apreciando a música, que ainda está tocando, até o sono voltar.
- O dia amanheceu, acorde. Vá ao banheiro.. Não, não se olhe no espelho ainda. Primeiro lave o rosto, retire a maquiagem borrada.
- Agora sim, se olhe no espelho. Você é linda, não é?
- Tome um belo banho, daqueles que demoram 1 hora.
- Coloque uma roupa que você goste.
- Pegue sua nécessaire. Vá até o espelho. Passe lápis, rímel e blush.
- Ah, não se esqueça, passe o seu batom ou gloss preferido.
- Se olhe no espelho mais uma vez. Você é linda mesmo, não é?
- Dê um sorriso. Veja como agora ele é bem mais sincero, mais lindo, mais cativante.
- Olhe os seus olhos como brilham e não são lágrimas.
- Desligue a música.
- Saia de casa e tenha um dia maravilhoso.

Bom, era mais ou menos isso que eu queria falar. A vida não é feita só de alegrias e fingir isso a todo instante não faz bem a ninguém. Permita-se sofrer.
Mas lembre-se sofrer a todo instante também não é bom. Saiba dosar bem as coisas.
Felicidades.


Beijos,
Débora Jacques.